O Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação do Instituto Jô Clemente realizará, entre os dias 19 e 20 de setembro, o I Seminário Internacional sobre o Envelhecimento da Pessoa com Deficiência Intelectual. O evento é patrocinado pela Klabin S.A – maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, única companhia do país a oferecer ao mercado uma solução em celuloses de fibra curta, longa e fluff, e líder nos mercados de embalagens de papelão ondulado e sacos industriais; Coca-Cola FEMSA, American Airlines e Gol Linhas Aéreas, conta com o apoio da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo (SEDPcD), Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Federação das APAEs do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) e tem como objetivo propor discussões e trocas de experiências para a criação de soluções que contribuam para o atendimento a pessoas com deficiência intelectual em processo de envelhecimento.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a parcela da população com 60 anos ou mais no país deve duplicar até 2050 e atingir a marca de 74,6 milhões pessoas. O Censo Demográfico de 2010 indica ainda que cerca de 45 milhões de pessoas apresentam algum tipo de deficiência no Brasil. Entre os indivíduos com deficiência intelectual, a estimativa é de que haja 2,6 milhões de pessoas, sendo 537 mil acima dos 60 anos.
"Com o avanço da biomedicina e ações socioassistenciais, como a inclusão social, pessoas com deficiência intelectual estão cada vez mais longevas, o que demonstra um rompimento no paradigma quanto à expectativa de vida. Com isso, surge a necessidade de se elevar a demanda por cuidados e a formação de pessoas que se disponham a acompanhar pessoas idosas por um tempo maior, resultado de mudanças significativas na estrutura familiar, tais como: diminuição na composição familiar, por conta da queda expressiva das taxas de fecundidade, o que reduz o potencial assistencial familiar; e significativa inserção da mulher no mercado de trabalho, sendo que no passado era a principal responsável pela atenção dos cuidados a todo núcleo familiar. Esses dois cenários impactam diretamente no futuro da prestação de cuidados", explica Leila Castro especialista em envelhecimento do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação do Instituto Jô Clemente.
Dados do estudo multicêntrico Saúde, Bem Estar e Envelhecimento (SABE), realizado no município de São Paulo e divulgado em 2005, na Revista Brasileira de Epidemiologia, indicam que boa parte da população atual com 60 anos já demonstra níveis significativos de fragilidades em suas condições de vida e saúde, o que reforça a necessidade de prestação de cuidados contínuos e prolongados. Atualmente, porém, as famílias não conseguem suprir mais que 50% das demandas associadas a esses cuidados. Além disso, o Estado ainda não tem políticas públicas que garantam esses apoios. Em países desenvolvidos, como Estados Unidos, Espanha, Portugal, Austrália, Irlanda e Reino Unido, as políticas públicas voltadas para o oferecimento de cuidados de longa duração e apoio social à população idosa são baseadas em um conjunto de responsabilidades compartilhadas entre Estado, família e sociedade.
"O seminário é uma oportunidade para estimularmos discussões sobre alternativas que considerem o desafio de envelhecer com deficiência intelectual, com foco na heterogeneidade dos processos de envelhecimento e nos diferentes tipos de apoio necessários para suprir as demandas dessa população", comenta Dra. Laura Guilhoto, consultora técnica e científica do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação do Instituto Jô Clemente.
A expectativa é que 350 pessoas participem do evento, entre gestores de políticas públicas, especialistas de universidades, institutos de pesquisa científica e instituições de ensino, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e cuidadores.
• COMISSÃO CIENTÍFICA
Laura Guilhoto
Naira Lemos Dutra
Leila Castro
Considerando
que países como a Europa, Estados Unidos, Austrália, Japão já possuem
iniciativas neste segmento, propõe-se neste Seminário a troca de
experiências, onde objetiva-se promover uma análise deste cenário e a
apresentar soluções que contribuam no atendimento de cuidados de longa
duração para pessoas com deficiência intelectual, compreendendo-se esta
necessidade em função da longevidade.
- Fomentar discussões entre especialistas acerca dos modelos de atendimento na prestação de cuidados de longa duração;- Conhecer experiências internacionais que possam servir de referência para construção de propostas adequadas no atendimento à população brasileira; - Contextualizar as dificuldades e desafios vivenciados pela pessoa com deficiência intelectual e seu núcleo familiar em função do envelhecimento para busca de soluções;
- Analisar o mercado e tendências a fim de contribuir para a promoção de qualidade de vida e bem estar da população que envelhece com deficiência intelectual.
- Gestores de políticas públicas, especialistas de universidades, institutos de pesquisa científica e instituições de ensino, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e cuidadores.
- Número de participantes: 350 pessoas